A maioria das coisas começam (e muitas vezes terminam) com uma história, seja essa boa, má, bem contada, mal contada, triste, alegre, com final feliz, sem final, com cachorros felizes para sempre e pode ter até macacos para começar e evoluir.

Superlotação baseia-se na história real de um profissional que não tem o dinheiro da passagem para pagar o trem no dia de visitar um cliente. O detalhe que chama a atenção é o fato dele estar vestido  com roupa social, terno, gravata e pasta. Pula o muro para pegar o trem, passa por baixo da catraca do ônibus. Penso que tudo isso foi para continuar. Para não desistir. Só.

A criação do roteiro do Superlotação tem essa história como essência, eu vejo um ser angustiado, em meio ao caos urbano, oprimido, “enchido” pelo que existe fora de si, pelo externo, que sobe e desce muros, entra e sai de trens, ônibus, lotações e não chega a lugar algum.